Quando a gente tem um filho no bucho, às vezes, inventa de ser poeta. Pois vê aí, Bobobi, o que eu escrevi com você me inspirando, pra sua vó, Maria e pra outra Maria, aquela lá de riba, a Santíssima.
Beijo, mamãe.
Graças à mãe
À Mãe divina, mãe Maria
À mãe Terra
À mãe das águas doces
À mãe das águas salgadas
À Mãe-Deus
À mãe de todos
À mãe de cada um
À mãe que nasce dentro
Àquela cá de fora
Tecendo rendas
Ciranda das graças
Roda do mundo
Gira de Deusas
Festança de Águas
Contas de mistério
Cantos ancestrais entronizam a força do broto
Alvorecer da minha mãe
Em palavras azuis
Do tambor desta alma
Da boca que esteve em ti
Do coração que foi com o teu
À minha mãe
À mãe minha
À sua mãe
E à mãe de sua mãe
Às rosas de Maria
Ao silêncio que só ela escuta
No lugar onde só ela sabe
No escuro que abriga sua luz numinosa
Lá, onde ela co-existe com o Criador preciosa,
Altar onde guarda serena
A força que ela não mostra
Para a Mãe Divina, Maria, mãe de todos
Para minha mãe, Maria
Na tarde de céu azul de 22 de julho de 2008
(a três dias dos seis meses de gestação)
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